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Myrrha, 30 anos de carreira no mercado corporativo

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Após um convite para tocar numa festa de escola, surgiu uma carreira de DJ focada no mercado corporativo (onde poucos artistas atuam, e que são rentáveis, mesmo não sendo um club ou festival), o mineiro Myrrha completou 30 anos de carreira neste ano de 2023. A profissão com três décadas completadas agora inspira outros caminhos como se tornar referência como Music Content Creator, e uma posição dentro do mercado do Music Business em franca expansão no território brasileiro.

Conversamos com o Myrrha, na terceira de uma série de 33 entrevistas, que comemoram os 33 anos da DJ Sound neste mês de novembro 2023.

Myrrha

Acompanhe a geral dada por Myrrha para nós e leitores.

1.Fale um pouco do primeiro contato com a música no geral.
 

Eu sempre tive contato com música. Uma influência que começa em casa, com os discos do meu pai. Logo as gravações em fita K7 para aquelas “playlists” da época. Na adolescência o case de fitas de K7 já era sucesso nas festinhas na casa dos amigos e aí veio a primeira contratação: fazer os bailes da escola. Um contrato que deu início em minha carreira. Meu amigos sabem que esse foi o começo de tudo. Desde 1993 até hoje sempre fiz eventos. Mas me orgulho por ter estudado na Fieldzz em Moema (com os DJ´s Akeen e Iraí Campos) a primeira escola de DJ´s do Brasil… depois Rhythm … e também DJ Ban …Além de estudar radialismo no Senac… mas os estudos não páram! Inesquecível contato com a música também ao sair da escola (naquela época) ir na Banca de jornal Ceci, no Planalto Paulista, comprar minhas primeiras revistas DJ Sound, não esqueço da edição da capa do Pet Shop Boys… me induziu a comprar o album “Introspective”, que acabei perdendo com o tempo.

2.De onde veio a ideia de focar na produção musical?

Apesar de já ter lançamentos de músicas autorais, nunca foquei em somente produzir. Tenho uma carreira já estabilizada como DJ em eventos e isso já toma uma grande parte da minha agenda. Eu aproveitei a Pandemia COVID-19 para estudar e produzir. Com isso, alcancei o objetivo que foi lançar quatro tracks. A produção musical está presente há muito tempo mas quero me dedicar mais… produzir e lançar mais.

3.Qual a sua visão como, compositor e produtor musical após tantos anos?

Até o momento minhas produções foram focadas em temas. A experiência que carrego ao longo deste anos com pistas onde os gêneros musicais variam muito, me possibilitaram ouvir de tudo. Daí eu creio ter uma visão bem vasta. Ouvir estilos que não necessariamente são aqueles que você lança, produz e se empenha em produzir, faz com que o compositor e produtor amplie seus horizontes. Facilita o processo criativo. Ainda preciso estudar muito… me cobro muito para alcançar a sonoridade de um timbre numa composição. Porém quando encontro um referência que resgato lá do case … de uma outra música … me põe no foco novamente. 

4.Como foi lançar seu primeiro single?

Foi um experiência incrível! Fui motivado por estar envolvido no lançamento do novo carro da Nissan, o Kicks. Eu fui o responsável pela sonoplastia do evento em plena Pandemia COVID-19, momento desafiador global e para mim o momento que resolvi literalmente “chutar o balde” e deixar de usar somente as trilhas sonoras convencionais que uso em eventos corporativos.
O lançamento da NIssan teve como “garoto propaganda” o DJ Bruno Martini. Só para deixar claro que não tive um contato direto com a marca. Eu fui contratado por uma agência para fazer a sonoplastia durante todo o lançamento que foi ao ar pelo Youtube e Multishow. Por isso a necessidade de ter músicas licenciadas durante todo o evento.
O Bruno Martini lançou a música “Attitude” em parceria com a marca Nissan. Inspirado nisso resolvi lançar a minha música “Kick it”. Cheguei a propor a agencia para levar a Nissan e consegui que ela fosse usada para demonstração do carro nas concessionárias. Devido ao efeito binaural da música para teste nos autofalantes da marca Bose que vem de fábrica neste modelo do Nissan Kicks.  

Myrrha

5.Fale sobre suas inspirações musicais, de onde eles vêm?

Como falei antes, sempre me inspirei em temas… a primeira em um job para a Nissan… O meu último lançamento – um EP com três tracks, foram inspirados pelo retorno dos eventos e palcos após tanto tempo sem festivais.
Reset para apagar aquela sensação triste e começar um novo; “Reopen” representa essa reabertura/retomada e “Revive” para reviver a volta dos festivais.
Buscar essas inspirações deu sentido à minha vida num momento tão sensível! De agora em diante, quero traduzir em música
essas experiências. Não falo sobre hit ou tendências! Quero me inspirar por algo que faça sentido, ao lado da minha família podendo e até chegar por demandas em jobs especiais.

6.Como é o seu  processo de composição?

No geral eu tenho uma mania estranha … já até perguntei para alguns amigos produtores, mas acho q é normal iniciar o processo com uma melodia na cabeça e já ir logo para criação da melodia que irá definir a música… kkk 

7.Qual foi seu maior desafio nas suas produções até agora? 

.

Mix e Master sem dúvida. Não domino e opto por estúdios de conhecidos.

8. Como é seu trabalho de estúdio para produzir ? 

Ainda não tenho meu estúdio. Por enquanto meu notebook, placa de áudio, teclado MIDI e monitores de referência…. é o básico mas desejo uma sala acusticamente projetada. Por enquanto consigo produzir o que quero e utilizar estúdios para finalizar. Isso não é um problema para mim… mas claro que todo produtor quer o seu cantinho.

9.Qual a decisão mais importante na sua  vida para dedicar-se a música de forma profissional?

Não foi bem uma decisão, pois sempre fui muito responsável com meu negócio. Mas pouco tempo antes do meu filho nascer (por volta de 2008-2009) eu precisei adotar uma postura empresarial muito maior. Sempre empreendi, sempre toquei como DJ e produtor, mas decidir viver dedicar-se á música profissionalmente requer muito mais. Tive momentos cruciais ao longo da vida que sempre me dividiam e devia optar ou não por seguir com o sonho de viver da música ….mas decidir ter um filho me fez ir além.

Myrrha

10.A partir de que momento passou  a planejar sua carreira? 

Mesmo com 30 anos de experiência….Sem dúvida nesta hora… quando planejei ter um filho. Já se passaram mais de 14 anos porém eu fiz alguns ajustes. 

11.Descobrindo os meandros da profissão o que lhe motivou, qual foi seu maior desafio de você até aqui individualmente? 

Creio que superar altos e baixos. Buscar alternativas dentro da área para que suprisse a escassez de demanda. 

12.Qual foi o maior mindset no segmento até o momento para você?


“É melhor saber e não precisar, do que precisar e não saber”. Não sei bem quando ouvi e nem de onde veio, mas faz parte do me cotidiano.

13. Depois de tanto tempo na e estrada você deve ter muitas histórias engraçadas e até casos não tão legais. Contem para nós um de cada desses momentos?

Engraçado, vários! Eu estava numa festa e era o DJ… não havia camarim …daí fui buscar uma bebida e no caminho a produção me apresentou um cara… daí ele chega no balcão do bar e pega uma bebida pra mim, mas quando eu ia agradecer, ele me pergunta: – Você tem cartão? Eu sem pesar, mudei a expressão e perguntei: Como assim cartão? Vc tá louco?!! já quase gritando com o cara..kkk Mas tava um papo tão descontraído que nem percebi…. ele queria um cartão de contato!

Nem tanto, quando fui tocar num campo e golf … no melhor momento da minha apresentação, o sistema de irrigação começou a funcionar (automático)!! imagina só receber uma onda gigante de água em cima do palco!

14.Qual é o lado mais bacana dessa profissão e o lado por vezes mais desagradável?

Bacana é estar envolvido em diversos projetos e estar cada hora num local/ambiente diferente… com pessoas diferentes. As vezes nem tão agradável pois os desafios são diários. E o tempo para uma vida social fica comprometido.

Myrrha

15.Como é sua relação com o Music Business com essa sua vivência como DJ e sua empresa no mercado corporativo ao longo desses anos?

Sempre estive num lado no negócio. O Mercado corporativo é totalmente diferente do show.Eu me envolvi muito recente com Music Business. Estou aprendendo muito diariamente pois decidi entrar num negócio maior. Ampliar minha área de atuação como DJ, produzindo minhas músicas e trilhas. Se fosse só isso, ok. Mas foi totalmente necessário envolver minha empresa e negócios. Estar atuando numa sociedade dentre meus negócios toma uma tempo para agir. O meu lado DJ algumas vezes precisa ficar de lado, assim como o romantismo que muito se sabe sobre a cena DJing. Tenho metas e anseios a curto e médio prazo. Em breve anunciarei novidades!

16.Quais são os planos atuais?

Além de planejar os próximos lançamentos autorais… Planejo atuar mais ativamente como music content creator com parcerias (que abriram muitas portas na cena eletrônica e Music Business) atuais já almejando coisas mais ousadas na cena musical do mercado corporativo.

17.Aonde quer estar nos próximos cinco anos?

O mais próximo do Music Business como empresário, mas sem me afastar dos palcos. 

18.Na sua visão quais são seus  maiores diferenciais  para o mercado de música?

Adaptação e criatividade. 

19.Qual foi seu primeiro disco que você comprou? 


Tirando aqueles discos de vinil do Balão Mágico que fui comprar na Mesbla e também alguns do Pink Foyd na Hi-Fi com meu pai … No começo da carreira só comprava os 12′ piratas lá na 7 de abril, vinha com várias músicas daí não sei dizer qual foi exatamente o primeiro, mas acho que o primeiro LP original que tenho até hoje é o “Ritmo da Noite 1993 – Joven Pan2 (Paradoxx Music). E o primeiro 12′ que em 45rpm que tenho ainda é o Mc Sar & The Real McCoy – “Run Away”.

Myrrha

20.Qual foi a primeira música que te impactou de fato?

“The great gig in the sky” – Pink Floyd (Live – Delicate Sound of Thunder) de1988. Na sala de casa, mas fui até o céu! 

21.Tem algum hobby fora música? Se sim, qual ?

Colecionar objetos (ligados a música) clássicos.

22.Um sonho já realizado na música?

Fui contratado para ir tocar fora do país.

23.Um sonho a ser realizado na música?

Vários! Difícil pergunta… mas por fim, acho que lá no fundo, eu quero deixar é um legado. Que todos os meus feitos pela música, com a música e sendo música, possam de alguma forma conectar as pessoas, de forma positiva e transformadora.

24.Uma frase que te define como pessoa e profissional da música?
Sou um provocador de experiências sensoriais através da MUSICA.

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